terça-feira, 17 de outubro de 2017

Demita-se!


O pinhal de Leiria, que conheço razoavelmente bem, podia ter ardido em qualquer época do ano, em qualquer ano, em qualquer século! O pinhal de Leiria é(era!) uma floresta. Se um dia a floresta da Amazónia pegar fogo a sério, irei reclamar a plenos pulmões, que foi falta de manutenção!

Assim, D. Dinis deve demitir-se e já!

Ufanos!

Veio a chuva, apagaram-se os fogos! Está a chegar o Comandante beijoqueiro. Vai pedir votos para o videirinho que se segue! Eles "andem" ufanos!!

Assim de repente!

Assim de repente, lembrei-me do Verão Quente de 75 e de quem espalhou o terror à bomba! Sim, conheci pelo menos dois desses bombistas e sei muito bem em que partidos militavam. Eram cunhados!

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

ESPINHETA

De visita pelas tascas da cidade de Guimarães, um canal de TV (não me lembro qual!) pergunta pelos petiscos servidos em tasca X. O rapaz, herdeiro do estabelecimento, debita então, um rol de iguarias até que, ó céus, tem que dizer o nome: "Também servimos punheta de bacalhau" e desculpa-se rapidamene com tal designação "informando" os pacóvios do outro lado do "tube" que "o nome é mesmo assim, peço desculpa" e tal tal! Eu, sentado no meu sofá, salivando pelo corridinho de petiscada, pensei que, não não é mesmo assim. Num verdadeiro caso de corruptela da língua tuga, estivesse eu lá, no momento do crime, teria dito ao rapazinho que, não não é mesmo assim e que o nome correcto é, ESPINHETA DE BACALHAU! Eh pah! É assim! Já não acho piada! Mas gosto do petisco e hei-de lá passar para corrigir o rapelho!




INGREDIENTES:
2 Postas de lombo de Bacalhau demolhado
1 Cebola grande
2 Dentes de alho
Salsa fresca
Azeitonas
Pimenta preta
Azeite
Vinagre

MODO DE PREPARAÇÃO
Comece por cortar a cebola em meias luas. Coloque uma panela ao lume com água e deixe ferver. Junte agora a cebola deixe-a permanecer 30 segundos, retire-a e passe-a por água fria. Reserve. Lasque o bacalhau e coloque-o numa travessa. Acrescente o alho picado, a cebola, um pouco se salsa picada e as azeitonas. Tempere com pimenta preta moída na hora, Regue com azeite abundante e um pouco de vinagre. Está pronto a apreciar…

segunda-feira, 17 de julho de 2017

O NATAL DE UM HOMEM MAU



  Quando se aproximou a hora da ceia de Natal, a matriarca da família, saída da cozinha para a sala, olhou em volta e vendo que faltava alguém virou-se para a filha mais velha e perguntou: “Para onde foi o teu pai?” – a filha encolheu os ombros e respondeu. Estava ciente da teimosia e mão-de-ferro da mãe. – “Foi para o escritório! Tem uma reunião!”
 - Reunião? Hoje? Na noite de Natal? Leva-me lá, agora! - respondeu a mãe com alguma rispidez.
   Chegadas à empresa a senhora saltou do carro, subiu apressadamente a escadaria em direcção à sala de reuniões, escancarou a porta e lá estava ele, o patrão, numa ponta da grande mesa, qual monarca absoluto, rodeado por uma vintena de homens, com ar de resignados. Dirigiu-se ao marido e de dedo em riste disse:
- Ouve lá? Não tens vida? Achas que estes homens que aqui estão não têm famílias? Não tens vergonha na cara? – gesticulava furiosamente. O milionário não respondeu. A mulher apontou o dedo indicador a todos os outros presentes, elevou ainda mais a voz e disse: “Vocês… tudo para casa!” – obedeceram-lhe e, virando-se para o marido... "E tu, se quiseres, tens o bacalhau à espera!”
   A reunião acabou ali. Tudo saiu excepto o patriarca. Só, na grande sala de reuniões, o homem rico, abriu a porta de um armário, tirou de lá uma garrafa de vinho tinto, abriu-a, pegou na rolha e cheirou-a com um ar de prazer supremo. “Fui eu que te fiz!” – sussurrou o rei da cortiça. Era assim conhecido.
  Era um homem mau, malvado! Quando certa vez lhe perguntaram porque despedira cento e tal funcionários de uma só vez, respondeu secamente que era para prevenir eventuais prejuízos na sua já tremenda conta bancária. Eventuais. Mas perdeu! Naquele ano perdeu mesmo alguns milhões. A bolsa é também um jogo.
  Nos últimos anos de vida, viveu com problemas de saúde. Manteve-se vivo à custa de operações várias. A ciência manteve-o vivinho da silva por uma dezena de anos. Fazia-se até, acompanhar permanentemente, por um médico. Tinha dinheiro. Muito dinheiro. Mesmo muito dinheiro. Era o homem mais rico do país. Morreu como os outros. Morreu como o carpinteiro morre. Morreu como o pedreiro, o sem-abrigo, o indigente, o escritor, o actor, como o negro, branco ou amarelo, gordo, magro, baixo ou alto. Em poucos dias a velha carcaça seria percorrida por vermes, como a carcaça de um qualquer outro animal.
  No dia da morte do perverso homem, houve festejos em alguns pobres lares. O desemprego, o sofrimento, a fome, não se apagam com uma borracha e ninguém esquece. Os seus pares louvaram-no.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

AMORE

A música passava muitas vezes nos roufenhos altifalantes da esplanada da piscina Municipal de Manica, em Moçambique. Em 1970, quando saiu, tinha eu oito anos. L’appuntamento! Cantava Ornela Vanoni. Naquele dia de Inverno africano aconteceu una cosa strana. Em frente a mim, sentou-se numa mesa contígua, na esplanada do restaurante, uma menina, talvez da minha idade, cabelos cor-de-Sol, olhos claros azul-celeste. Trocamos olhares. Os nossos pequenos coraçõezinhos terão estremecido. Digo eu! O meu sacudiu! Lembro-me muito bem.
Nos três dias seguintes tudo mudou. Sentávamo-nos à mesa, na mesma mesa e nas mesmas cadeiras. E ficávamos ali, a olhar um para o outro, em silêncio. Por quantos minutos, horas talvez, não sei. Perdi a vontade de dar mergulhos de bomba na piscina e o apetite ao frango na púcara, a especialidade da casa. Perdi a noção do tempo. Perdi-me!
Nunca lhe perguntei o nome nem ela o meu. Não era preciso. Ao quarto dia fiquei sozinho, debruçado naquela mesa, com uma dor imensa no peito. Não era uma dor de doer. Era uma dor muito strana! Estranha! Nunca mais a vi! Ficou o nome: Ornela! Foi o nome que lhe dei.

Centeno

Sobre o "elogio" de Shauble, ministro das finanças alemão, a Mário Centeno e a propósito de este ser o Ronaldo do Ecofin, só me ocorre uma ideia: quer o Centeno fora de Portugal não vá ele fazer mais "estragos"!

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Estações

A Cristas pediu 20 estações de Metro para Lisboa! Eu, por mim, só peço uma! Em Cabeceiras de Basto! Em direcção ao Porto! Portanto, ó Cristas!; fica-te pelas 19, ok? Ah! Esperem lá! Para a Lousã também porque, como gato ao bofe, quase em desespero, arrancaram a linha do comboio todinha! Rectifico então: Miss Kiwi, fica-te pelas 18 estações!!!! 'Tá?!

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Passarada e outros bichos!

Tenho em vista abrir um negócio de agência de viagens só para chavalada! Já tenho slogan!!
É assim: Gostas de passarada? Gostas? Atão junta-te a nós e vem dar milho aos pombos para Torremolinos!!!!

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Arre burro!

Vai nascer uma revista com o nome "O Meu Papa"! Se a moda pega, ainda vamos ter outras tais como "O Meu Marcelo"!

sexta-feira, 24 de março de 2017

Festinha

Casas com janelas viradas para a rua torna-nos voyeurs  e ouvintes involuntários.
"Luís, vem ajudar-me porque senão digo à mãe e depois não podes ir aos anos do Vitor João!"
Só posso imaginar festa completamente esbandalhada sem a insigne presença do Luís!

Vandidos

Mais uma notícia de televisão. Foram detidos vinte e um Hammerskins! Entre eles estava um temível elemento da claque do Futebol Clube do Porto! (Ipsis verbis!) Os outros 20 eram fervorosos adeptos do chinquilho, do jogo da macaca e do pião!... Digo eu a roer as unhas!

Comandos


Há muitos anos mandaram-me à inspecção obrigatória para ingressar no exército. Lembro-me muito bem desse dia. Fiz os testes todos e o melhor que sabia. Se tinha que ir de obriga, então que fosse para um posto melhorzinho que o do "feijão verde". Soldado raso não era comigo. Lembro-me também da massa cotovelo guisada com pedaços de gordura que serviram na cantina. Nunca entendi esta fixação do exército com as massas ditas alimentícias! Também me lembro do Licínio, colega de escola, ter levado um estalo de um superior, verde! O Licínio era espigadote e malcriado para os outros! Adiante... Os testes correram bem e fui chamado a um gabinete. Fizeram-me perguntas.
-'Tá tudo muito bem, disse o fulano de verde trajado. O que é que você gostaria de seguir aqui na tropa?
-Hum. Não sei! Talvez marinha! (Gosto de barcos!)
-Então... em que especialidade?
-Não sei. O que é que têm aí? - Inumerou uma carrada de especialidades, até que chegou a mergulhador.
-É isso aí. Mergulhador! (Já praticava mergulho!)
-E onde é que gostaria ser colocado?
-Macau!! - disse eu! Senti um olhar assassino em direcção a mim.
-Já não colocamos militares em Macau, disse o superior "feijão" com ar irritado!

Passou. Fui para casa. Apareceu um dia uma carta, em casa, para me apresentar nos Comandos de Amadora! E lá fui eu no dia previsto. Encontrei por lá o Paulo. Tinha sido meu colega na Escola Industrial de Viseu. Fizemos uma festa. Tinham passado vários anos. Avisou-me logo: livra-te disto pá! Vais fazer o que te disser para te safares!
Fiz o que ele disse. No fim, eu e mais quatro fomos chamados a um gabinete a uns cem metros de distância. Saltou de trás de uma secretária um verdasco, aos berros como uma cabra doida:
-Vocês andam a brincar com esta mééééééérda!!!!!! O gajo tinha topado toda a marosca. Nós, caladitos! Houve sermão fora de missa!
-Desta vez escapam! Vão lá embora!
Ufa! Fui! De bom grado! Vi pessoal a chorar de alegria por terem ficado! Convenhamos, aquilo é uma escola de macho pra burro!

Fui mais tarde chamado para Tancos! Escola Prática de Engenharia! Não fui! Saí de Portugal! Tinha mais com que me entreter!

Sabão

Para remover políticas e religiões, tome banho com sabão macaco.

Canta Miró


A TVI é o mááááximo! Grande canal de televisão!
Exemplar!! Conseguiu pôr Miró a...cantar!!!

Um tóne chamado cavaco

O Porto não aderiu à apresentação de um "livro". Não há bifanas, dobradinha e finos a acompanhar, santa paciência! O pessoal não põe lá os coturnos para bêr um finguelas embufado!! Em qualquer papelaria se compra uma resma de papel e com uma grande bantagem: estão em branco! Num tou para aturar touços!

Nota de rodapé


Um tasco! Uma televisão ligada na CMTV e notícia a passar em rodapé: "Homem esfaqueado no Colombo!" Fico sem saber se o homem foi esfaquedo no lombo ou no co!

sexta-feira, 17 de março de 2017

Marcelo e os livros

Marcelo, o Presidente da República de Portugal, gosta muito de livros. Montou uma feira do livro no quintal da nossa casa: o Palácio Presidencial. Perseguido por um séquito de convertidos, lá vai ele saltitando de stand em stand até que, abarbata um incauto infanto-leitor e pergunta-lhe:
PR: Gostas de livros?
O puto: Gosto!
PR: De qual é que gostas?
O puto: Este! - Aponta para um livro de bonecada.
PR: Ai é? Vou oferecer-te! Quanto é? - Pergunta o PR à espasmódica funcionária da barraca.
(Confesso que não ouvi a quantidade de euros pedidos. Vi o PR a sacar de uma nota do bolso do casaco. Era azulada. Nota de vinte, por certo.) - Ó shôr Presidente! Deixe estar. Nós oferecemos o livro à criança! - Diz um senhor de bigode farfalhudo.
PR: Acha que sim? - Agarra o franzino pescoço da criança esbugalhada, e "destroce" em direcção ao solícito benfeitor de bigode farfalhudo (livreiro?) e diz: - Olha! Agradece ao senhor, vai! Ele é que te oferece! Diz obrigado! O puto disse obrigado!

Sentado no sofá da minha micro-sala, olhando o meu macro-flat-televisor de trezentos euros (metade do meu salário),  pensei cá com os ilhós das minhas jeans: Este PR é... in-te-li-gen-te! Quase ia cometendo um crime, aceitando uma oferta!... Aceitar prendas!!! É crime não é?

Epílogo inventado!

O puto foi para casa com o livro debaixo do braço e comunicou à mãe e ao pai-que-não-lê, - porque faz doer a cabeça! - que o Presidente de Portugal lhe tinha oferecido o dito. O pai iletrado deu-lhe uma palmada-sacode-poeira no cú e disse-lhe: - "Não quero mentirosos cá em casa! Os livros fazem mal às pessoas! É coisa de comunas!

quinta-feira, 16 de março de 2017

A Prima-dona e os miúdos a granel!

Levantou-se e pediu à criada que lhe preparasse um banho de leite de cabra. Seco, besuntou a efígie com creme soyeuse La Mer, ajustou o Patek Philippe, vestiu o calçãozito cor-de-rosa, enfiou uma shirt de alças, calçou umas havainas, ajustou a camélia na orelha direita e desceu a escadas. Já na garagem, indeciso, pensou em levar o Ferrari. Não! Não fazia pandã com os trusses! O Lamborghini? Demasiado duro. Levou um mais mole! O Citroen Dois Cavalos com motor Maserati, que eu não sou pobre! À tardinha, já cansado dos treinos, passou pela Casinha Portuguesa para ingurgitar três natas e levar quarenta para a mãe. 
Sobram-me uns trocos na pochete! Pensou! Vou ali encomendar mais dois miúdos!

Músicas

Já não há músicos como antigamente. Vivemos dias de músicas rissol. Comeu, esqueceu!

O violino da Ana

Ana tocava violino. Não, Ana aprendia a tocar violino. Um dia, numa mesa da cantina da escola, circundando um baralho de cartas, eu e mais três, Ana espirrou e escarrapachou uma broncorreia pertinho do ás de espadas espreguiçado no tampo da mesa. Encristada, Ana armou o seu dedinho indicador anafado, formou um gancho, afastou a gosma e sacudiu-a para longe dos esbugalhados presentes. A escarreta estatelava-se agora em segunda mão, na tampa da caixa de pelica do seu desafinado violino. Três gajos ficaram com ar de vou gumitar já o eclair! Como eu odiava esta coisa de cordas! Isto e os sapatinhos de penduricalhos do João que, esses sim, bem mereciam tal adorno viscoso.